Camile Corot, Uma Manhã. A Dança das Ninfas. 1850 | M8

Camile Corot, Uma Manhã. A Dança das Ninfas. 1850

Na sua longa e gloriosa carreira, Camile Corot (1796-1875) oferece um contributo preciosíssimo para a pintura de paisagem. Género considerado menos hierarquia de temas impostos pela academia, a paisagem foi um dos temas que mais se ressentiram face à onda de modernidade que iria revolucionar, na segunda metade do século, a cena artística francesa. Só Esta esplêndida tela só foi admitida no Salon  em virtude da presença das subtis figuras dançantes – as ninfas citadas no título do quadro -, que satisfaziam a paixão dos académicos pelos temas mitológicos. O interesse do artista, no entanto, é outro:  paisagem é a verdadeira protagonista da obra, uma paisagem pintada em plein air, ao natural, em estreito contacto com a natureza. Embora envolvida numa atmosfera idílica, acentuada pela presença das ninfas e profundamente evocativa, a cena revela a sensibilidade do pintor relativamente ao tema paisagístico e sua propensão para a linguagem realista. Em 1850, Corot frequenta já algum tem Barbizon, um pequeno burgo nas proximidades da floresta da Fontainebleau, ralativamente perto de Paris, escolhido por um grupo de artistas (entre eles Charles-François Daubigny, Jean- François Millet e Théodore Rousseau, cujas telas estão expostas no Salon ao lado dos Corot) como sede dos seus próprios ateliers  Nasce assim célebre escola de Barbizon, um cenáculo de pintores cujo objectivo era levar uma vida em comunhão com a natureza, pintando ao ar livre: uma ideia que constitui um dos mais directos antecedentes de impressionismo.