Como apreciamos as obras de Arte
A psicologia
da arte pode ser definida como a área da psicologia que tem como
projecto descrever e explicar a experiência psicológica e os
comportamentos relacionados com a arte, principalmente ao nível da apreciação e
da criação artística, mas também no que concerne à relação dos artistas com a
sua audiência, à execução artística, à crítica de arte e às próprias obras de
arte.
Qualquer das áreas anteriores pode ser perspectivada tanto em termos de uma
psicologia geral da arte, que cobre os aspectos psicológicos comuns às
diferentes artes, como na óptica de uma psicologia interessada nos elementos
psicológicos específicos a cada uma das artes (por exemplo, uma psicologia das
artes visuais diferencia-se de uma psicologia da música), ou mesmo específicos
aos diferentes movimentos artísticos.
No âmbito da psicologia da arte podemos ainda apontar uma área interessada nas
aplicações do conhecimento que resulta da investigação fundamental neste ramo
da psicologia, no sentido do controlo e melhoramento dos processos psicológicos
envolvidos na criação, na apreciação ou no desempenho da arte, assim como na
utilização da arte para alcançar outros fins (e.g. educacionais, terapêuticos,
informativos). Finalmente, é possível considerar uma área de reflexão
epistemológica sobre a psicologia da arte, que cobre aspectos como a sua
definição, âmbito, importância, história, correntes e metodologia.
O programa de investigação da psicologia da arte, alicerçado tanto em métodos
quantitativos como qualitativos, justifica-se, em grande medida, pelo facto das
experiências de apreciação e de criação artísticas dependerem não só da obra de
arte e dos constrangimentos históricos e técnicos envolvidos na sua realização.
Efectivamente, estas experiências dependem igualmente, em grande medida, dos
processos psicológicos envolvidos tanto na reacção às obras de arte (e.g.
percepções, emoções do espectador) como na sua criação (e.g. aprendizagem,
percepção e criatividade do artista). Com efeito, sabemos que alguns dos
processos psicológicos mais importantes (e.g. os processos emocionais e
cognitivos; a aprendizagem) exprimem-se de forma sofisticada e relevante na
experiência de apreciação e de criação da arte. Neste sentido, a psicologia da
arte pode igualmente ser vista como uma chave para o entendimento da
experiência psicológica em geral (e.g. Freeland, 2007). O conhecimento dos
processos psicológicos envolvidos na experiência estética O conhecimento
derivado da psicologia da arte constitui ainda uma importante fonte de
informação para a tomada de decisões a nível da própria apreciação e produção
artística, assim como para outras áreas de aplicação da psicologia como as da
psicologia da educação artística, da terapia pela arte ou da psicologia social
da arte.