M10 | A Psicologia da Arte


Como apreciamos as obras de Arte
A psicologia da arte pode ser definida como a área da psicologia que tem como projecto descrever e explicar a experiência psicológica e os comportamentos relacionados com a arte, principalmente ao nível da apreciação e da criação artística, mas também no que concerne à relação dos artistas com a sua audiência, à execução artística, à crítica de arte e às próprias obras de arte. 
Qualquer das áreas anteriores pode ser perspectivada tanto em termos de uma psicologia geral da arte, que cobre os aspectos psicológicos comuns às diferentes artes, como na óptica de uma psicologia interessada nos elementos psicológicos específicos a cada uma das artes (por exemplo, uma psicologia das artes visuais diferencia-se de uma psicologia da música), ou mesmo específicos aos diferentes movimentos artísticos.
No âmbito da psicologia da arte podemos ainda apontar uma área interessada nas aplicações do conhecimento que resulta da investigação fundamental neste ramo da psicologia, no sentido do controlo e melhoramento dos processos psicológicos envolvidos na criação, na apreciação ou no desempenho da arte, assim como na utilização da arte para alcançar outros fins (e.g. educacionais, terapêuticos, informativos). Finalmente, é possível considerar uma área de reflexão epistemológica sobre a psicologia da arte, que cobre aspectos como a sua definição, âmbito, importância, história, correntes e metodologia.
O programa de investigação da psicologia da arte, alicerçado tanto em métodos quantitativos como qualitativos, justifica-se, em grande medida, pelo facto das experiências de apreciação e de criação artísticas dependerem não só da obra de arte e dos constrangimentos históricos e técnicos envolvidos na sua realização. Efectivamente, estas experiências dependem igualmente, em grande medida, dos processos psicológicos envolvidos tanto na reacção às obras de arte (e.g. percepções, emoções do espectador) como na sua criação (e.g. aprendizagem, percepção e criatividade do artista). Com efeito, sabemos que alguns dos processos psicológicos mais importantes (e.g. os processos emocionais e cognitivos; a aprendizagem) exprimem-se de forma sofisticada e relevante na experiência de apreciação e de criação da arte. Neste sentido, a psicologia da arte pode igualmente ser vista como uma chave para o entendimento da experiência psicológica em geral (e.g. Freeland, 2007). O conhecimento dos processos psicológicos envolvidos na experiência estética O conhecimento derivado da psicologia da arte constitui ainda uma importante fonte de informação para a tomada de decisões a nível da própria apreciação e produção artística, assim como para outras áreas de aplicação da psicologia como as da psicologia da educação artística, da terapia pela arte ou da psicologia social da arte.